Open Learning School Website Logo

Como desenvolver a autoestima da criança?

27 de Agosto de 2022

Muito se fala sobre a autoestima nas crianças, mas por vezes parece existir alguma confusão com um conceito que parece semelhante, mas na verdade é bastante distinto: a autoconfiança. Comecemos então por esclarecer o que é a autoestima. Para ser mais fácil, proponho analisar a palavra autoestima de forma separada. Auto, está relacionado com o que é próprio da pessoa, enquanto estima, é um conceito associado ao cuidado, significa ter em consideração, sentir apreço.

Se fizermos o mesmo exercício para a palavra autoconfiança e separarmos a palavra auto, da palavra confiança, mais uma, vez podemos ver que auto está relacionado com o que é próprio da pessoa e confiança está relacionado com o conceito de segurança, porque quando confiamos sentimo-nos seguros. Julgo que desta forma será mais fácil perceber que autoestima não é sinónimo de autoconfiança e por isso, estes dois conceitos não podem ser confundidos nem equiparados.

Autoestima é aquilo que conhecemos sobre nós próprios e a forma como nos relacionamos com isso, com as nossas emoções, sentimentos ou pensamentos. Está intimamente ligada com a noção do nosso valor e com a forma como nos cuidamos e respeitamos.

A autoestima constrói-se através daquilo que os outros dizem sobre nós. A forma como nos relacionamos com os nossos filhos vai determinar a forma como eles se relacionam consigo próprios.

Por outro lado, a autoconfiança está relacionada com situações específicas. podemos ser muito autoconfiantes numa determinada matéria e isso não significa que tenhamos uma autoestima saudável, ou ao contrário podemos não nos sentir muito confiantes num determinado momento, mas não colocamos em causa o nosso valor e isso significa que a nossa autoestima é saudável.
Se por exemplo eu quiser aprender a tocar um instrumento novo pela primeira vez, posso começar a ter aulas de música, isso não significa que eu me vá tornar uma expert naquela área. Imaginemos que passadas algumas aulas, a professora tem uma conversa comigo onde me explica as minhas limitações. perante esta situação eu posso escolher desistir ou continuar a tentar. Independentemente da escolha que fizer, ela não significa que o meu valor tenha sido colocado em causa.

O facto de termos que lidar com uma situação, onde o nosso resultado não foi o que desejávamos, não influencia necessariamente de forma negativa a nossa autoestima, uma vez que esta tem a ver com a forma como nos respeitamos, como lidamos com os nossos sentimentos e emoções e como temos noção do nosso valor, independentemente de termos bons, ou maus resultados, numa determinada área. Então isto quer dizer que eu posso ter falta de confiança, numa determinada situação, mas ainda assim posso ter uma autoestima saudável, ou por outro lado estar muito
confiante numa situação em particular, mas a minha autoestima de uma forma geral não é saudável.

Todos nós já escutamos alguma vez a nossa voz interior, que muitas vezes nos transmite mensagens carregadas de julgamentos. Essa voz interior na verdade não é nossa, os pensamentos, os julgamentos como: “Não consigo… não sou suficiente” São mensagens que foram processadas através das nossas emoções. Em algum momento, sentimos que não tínhamos valor que não éramos suficientes quer nos tenha sido verbalizado ou apenas feito sentir.

É na infância que se inicia a maior parte da construção de nós próprios, através da forma como os outros nos veem. É fácil começarmos então a perceber que a forma como falamos com os nossos filhos através das palavras ou da comunicação não verbal, terá neles um efeito mais positivo ou menos positivo, consoante aquilo que lhes for dito e a forma como lhes for transmitido. Por vezes criamos espectativas, em relação àquilo que os nossos filhos deveriam ser, fazer ou conseguir. Sem nos apercebermos, vamos exercendo alguma pressão para que eles correspondam àquilo que esperamos e nos nossos filhos vai crescendo a noção de não valor.

Todos nós temos a semente da autoestima, o seu desenvolvimento depende das relações mais próximas e para que se possa desenvolver, de forma saudável, precisamos de ter um “solo fértil”, que para autoestima, é o Amor incondicional. Não precisamos de fazer muitas coisas para aumentar a nossa autoconfiança, ser bom em alguma área traz autoconfiança, mas pode não impactar diretamente a autoestima. É possível percebermos isso, quando alguém se julga, se desvaloriza ou se compara com os outros, colocando em causa o seu valor, perante uma situação em que não obteve os resultados que esperava o que esperavam de si. As boas notícias é que existem alguns “pozinhos mágicos” muito poderosos para ajudarmos os nossos filhos a desenvolver uma autoestima saudável. São quatro, e todos eles devem ser utilizados diariamente, nas nossas casas!

  • Amor incondicional
  • Aceitação
  • Reconhecimento
  • Confiança

Para que possa saber mais sobre como potenciar a autoestima do seu filho, convido-a a assitir ao Curso: Prepare o seu filho para o mundo.

Um curso que conta com mais de 12 módulos que a irão ajudar na potencialização da sua criança. Para isso poderá aceder diretamente aqui.

Por Ana Salvador

Posts Relacionados

Como levar a Pedagogia Open Learning para as suas férias?

A época das férias de verão acaba de começar e é normal que queira prolongar o contacto dos seus filhos com a nossa pedagogia, mesmo durante este período. Caso as suas crianças não frequentem uma das nossas unidades, esta poderá ser a altura do ano ideal para experimentar uma abordagem