Descontentamento com a Educação atual

12 de janeiro de 2023

De acordo com um estudo levado a cabo pela Health Behaviour in School-aged Children (HBSC/OMS) 2022, feito em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, o descontentamento com a escola tem vindo a aumentar. Nesta investigação, feita em 51 países, incluindo Portugal, os educandos revelam achar a matéria difícil e, sobretudo, aborrecida. 

Educandos que não têm interesse pelo que estão a “aprender”, tendem a decorar, acabando por não interiorizar o que lhes está a tentar ser transmitido. Na Open Learning School procuramos que as crianças e jovens aprendam através de projetos do seu interesse, estimulando o gosto por aprender. Só desta forma a aprendizagem é significativa. 

O estudo da HBSC/OMS revela que a satisfação dos alunos pela escola baixou de 70,4% (em 2018) para 69,7%, enfatizando as atividades extracurriculares e sobretudo as aulas.

Temos orgulho em dizer que na Open Learning School não temos aulas. As nossas crianças aprendem em qualquer lugar e a todo o momento. Aprendem tanto numa atividade onde desenvolvem o cálculo matemático, como nas brincadeiras no exterior com os colegas. Aprendem-se conteúdos curriculares (mas de forma diferente do tradicional) e, a todo o momento, desenvolvem-se competências socioemocionais. 

O estudo mostra ainda que os educandos consideram que existe muita pressão relativamente aos deveres de casa: a insatisfação aumentou de 13,7% em 2018, para 22,4% em 2022.

Na Open Learning School não existem deveres de casa. Os mais céoticos poderão utilizar o argumento de que o principal objetivo dos deveres de casa é sobretudo incutir o senso de responsabilidade na criança. Nós defendemos que o sentido de responsabilidade deve ser trabalhado diariamente na escola, na relação com os tutores e sobretudo com os colegas. Para nós o lar é um momento de família, de relacionamento, de afetos. Poderão ser feitas atividades em casa mas estas nunca poderão ser consideradas deveres, devendo partir sim da iniciativa da criança, estimulada pelos seus interesses. E se estas tiverem a participação da família, tanto melhor.

O estudo mostra ainda que as dificuldades com a escola e com os trabalhos da escola aumentaram de 2018 para 2022. A matéria continua a ser considerada demasiada (87,2% em 2018 para 87,9% em 2022), aborrecida (84,9% em 2018 para 87,4% em 2022) e difícil (82% em 2018 para 82,1% em 2022). Há 30,3% dos jovens que disseram não gostar da escola.

De acordo com Gina Tomé, da equipa portuguesa do HBSC/OMS, “a escola ainda está naquela estrutura de há anos” e “não evoluiu”. A escola está a perder terreno (…). A escola que a nossa geração frequentou não é a mesma que estes jovens estão a frequentar, mas no fundo a estrutura é a mesma”.

Na Open Learning School buscamos diariamente a mudança na educação, estanque há quase dois séculos. Procuramos adequar a aprendizagem aos dias de hoje, procurando colocar o educando e, sobretudo a sua relação com o tutor e com os seus colegas, no centro. Infelizmente, no ensino tradicional o professor ainda é colocado no centro do processo, devendo os alunos seguirem o que lhes é transmitido e, por sua vez, replicarem esse mesmo conhecimento, seja ele ou não adequado ao presente. Na Open Learning School incentivamos os educandos a pensarem por si próprios, estimulamos à autonomia e capacitação para resolução de problemas.

O estudo revela que 22,8% dos jovens diz existir um incentivo à comunicação e relação entre a escola e a família, e 30,7% consideram importante melhorar a comunicação entre a escola e a família. 

Na Open Learning School a relação com as famílias é fundamental. A comunidade tem um papel importantíssimo na aprendizagem e estimulamos ao máximo a relação entre escola, educandos e comunidade envolvente. As famílias são parte integrante no ambiente escolar da Open Learning School, e a sua participação nas atividades diárias é sempre estimulada. Como tal, a relação e comunicação com as famílias é um dos pilares que sustentam o nosso trabalho, e sabemos da sua importância no desenvolvimento dos mais novos.

Os resultados do estudo não surpreendem o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), em declarações à comunicação social: “Não sentimos que haja muita novidade neste estudo, tendo em conta aquilo que ouvimos e sentimos dos nossos alunos”.

Filinto Lima lamenta o foco na preparação para “um exame de hora e meia”, quando se deveria estar a “preparar os jovens para a vida”.

Também nós, na Open Learning School, defendemos que a aprendizagem é contínua e nunca se pode resumir a um teste. Nas nossas escolas não temos testes, mas sim projetos. Estes projetos, como referido acima, partem dos gostos dos educandos, e desta forma interiorizam os conteúdos de forma interessada e, consequentemente, significativa. Nestes projetos eles aprendem os conteúdos exigidos nas diretrizes curriculares da Direção-Geral da Educação, mas de forma diferente. Esta forma diferente permite-lhes, no caminho, aprender conteúdos adicionais além dos “exigidos”, e de forma mais autónoma e significativa.

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